quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Lily Everit

Lily Everit quase chegou a rezar para que não viessem incomodá-la.
Ela sentiu a mais estranha mistura de excitação e medo, do desejo de ser deixada sozinha com o anseio de que a tirassem de lá para ser lançada ao fundo escaldantes dos abismos.
Olhando em volta, Lily Everit instintivamente escondeu seu ensaio sobre o Deao Swift, de tão envergonhada que estava agora, e também tão confusa, e na ponta dos pés não obstante para ajustar seu foco e manter as devidas proporções aquelas coisas em constante diminuição e expansão (como chamá-las? -- de pessoas, de impressões das vidas das pessoas?) que pareciam ameaçá-la e sobrepor-se a ela, transformando tudo em água, deixando- lhe apenas o poder de estar acuada.

Estava a ponto de despedaçar-se, sentia uma terrível agonia.

Dela era a inclinação a correr, a meditar em longos passeios solitários, pulando portões, pisando na lama, atravessar a nevoa, ir a lugares onde não ligavam a mínima para o que os seres humanos pensavam a seu respeito e lhe enchiam o espírito de entusiasmo e espanto e a mantinha por La.

Tudo isso até essa noite era o comum em sua vida.

Está é a vida que gostaríamos de levar.

Fosse como fosse, ela nem precisaria pensar.

Ela se satisfez ao dar-se conta de que o mundo estava cheio de coisas sólidas que em nada dependiam de sua vida.

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