sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

texto texto texto

existem tantos preconceitos sobre O TEXTO de teatro que qualquer um fica confuso e com medo de trabalhar com um, pode ser uma peça de teatro, uma adaptação literaria, um texto autoral. De qualquer forma, é uma questão problemática.
Para ajudar a desanuviar um pouco, algumas palavras do autor do livro Teatro Pós Dramático, Hans-Thies Lehmann:

"Ainda que o teatro estivesse se afastando a passos largos da representação tradicional do drama, e ainda que alguns defensores da autonomia e da "reteatralização"do teatro chegassem a exigir que o texto fosse banido, o teatro radical da época não visava simplesmente a indiscriminada desvalorização do texto, mas sua "salvação": no "teatro de diretor" que despontava, o que em muitos casos se buscava era justamente arrancar os textos da convenção e preserva-los dos ingredientes aleatórios, fúteis ou destrutivos da culinária de feitos teatrais. Hoje em dia, quem clama pela salvação do teatro textual dos crimes cometidos pelos diretores deveria se recordar desse contexto. O maior perigo que ameaça a tradição do texto escrito vem da convenção antiquada, e não das formas radicais de lidar com ele."


Quanto ao uso do texto na situação atual:

"O teatro já não aspira à totalidade de uma composição estética feita de palavra, sentido, som, gesto etc. que se oferece à percepção como construção integral; antes assume seu caráter de fragmento e de parcialidade. Ele abdica do critério da unidade e da síntese, há tanto tempo incontestável, e se dispõe à oportunidade (ou ao perigo) de confiar em estímulos isolados, pedaços e microestruturas de textos para se tornar um novo tipo de prática. Desse modo, ele descobre uma inovada presença do performer a partir de uma mutação do ator e estabelece a paisagem teatral multiforme, para além das formas centralizadas do drama."




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