Na primeira parte deste texto comentei que o interesse que tínhamos na rua, de nos jogar na rua, era porque nela, a solidão é mais seca, a vida passa rápido demais (ou devagar demais, como quiser). Ali, em meio a um monte de concreto, em meio às pessoas-concreto, pessoas-cimento, pessoas-tijolos, você vê o quão pequeno você é. E quanto cimentado você está também. Você é mais um. Igual. No máximo com uma pintura diferente, que mesmo assim, se perde.
Então eu desejo, do fundo do meu carrinho, que sejamos maiores, que sejamos cor neste mundo daltônico e em tons cinza*. Que carrinhos invadam a cidade com vontade de mover, de dançar, de gritar, de protestar, de expor nossas rodinhas sem medo que a rua nos esmague, sem medo desta porra de solidão, sem medo de existir.
Carrinhos do mundo! Sejam livres! Sejam Vivos! Sejam Grandes.
Feliz 2010 Megalomaníaco.
* Marília Ribas
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